Microcontos – Quaderni Ibero Americani

Concurso Internacional “Conto Minguante”



Se, de acordo com Samuel Beckett, “as palavras são tudo o que temos”, a antiga revista italiana Quaderni Ibero Americani, dedicada aos estudos da Ibero-América, convida a todos os jovens entre e 10 e 33 anos a compartilhar suas inquietudes literárias num concurso internacional que pretende fazer autor e leitor refletirem sobre a importância da cultura e da viagem. Nesse concurso, são dois os objetivos principais: em primeiro lugar, potencializar e repensar a importância da língua de Camões em suas componentes globais e internacionais, e, em segundo lugar, fomentar a criatividade dos futuros leitores.


Todo microconto é um desafio intelectual e criativo: um olhar aberto, com escrita direta, partindo de reflexão profunda. A intenção é chamar a atenção do leitor e deixá-lo refletir, a partir de uma introspecção própria, pessoal e impactante. Buscamos narrativas que usem uma linguagem viva, que desenhem com palavras e fujam dos lugares-comuns. Originalidade e criatividade serão os aspectos mais valorizados na escolha e classificação dos textos.


Numa era em que a comunicação é imediata, parar para pensar cuidadosamente em uma ideia e expressá-la de maneira breve, elegante e emocionante por meio de uma narrativa curta é um exercício que pode resultar na emergência de novos artistas. Pensando nisso, esperamos sua a participação no I Concurso Internacional de Microcontos e no blog do concurso: http://microcontosqiapor.blogspot.com/

terça-feira, 29 de maio de 2012

Caetano visita o blog

Se é verdade que nos formamos a partir do convívio com o outro, com aqueles diferentes de nós, ir viver em outro país, por vontade ou por obrigação, nos transforma muito profundamente. A música brasileira feita pelos  músicos forçados a viver no exílio é um exemplo disso. É em Londres que o Caetano grava um dos melhores discos do país: o Transa. Nele, fundem-se os elementos mais bonitos do que havia de brasileiro no cantor e nos arranjadores e do que eles haviam aprendido da Londres dos campos verdes, das sempre nuvens. E vocês: o que guardam nos seus baús de prata não é uma coleção de elementos desses outros que encontramos pelo caminho? Conte a sua história!




sexta-feira, 18 de maio de 2012

C... E... P... ou COMO ESCREVER PEQUENININHO...

Um dos desafios do Concurso Internacional Microcontos - Quaderni Ibero-Americani é o limite máximo imposto aos contos concorrentes: 40 linhas. Afinal, trata-se de microcontos, não?

Parece impossível? Mas não é. Vejam só os seguintes nanocontos - sim, há mais histórias pequenas (e completas!) no mundo do que sonha nossa vã literatura...:

“Bip vagaroso e compassado. Fios o ligam a máquinas. Ontem, rachas na avenida; hoje, racha na cabeça.”

ou

“Seriam doze tábuas, mas a tendinite o atacou na décima. Julgou que já tinha mandamentos suficientes.”

ou

“EPITÁFIO:
‘Aqui jaz Zé Tonhão, que, em vida, nunca pediu desculpas (e morreu exatamente por isso!)’.

Não são um barato?

Todos fazem parte deste livro aqui:



do escritor Edson Rossato. Em tempos de Twitter, o livro fez um sucesso estrondoso, e os nanocontos do Edson foram veiculados até naquela TV-Mídia do Metrô de São Paulo, sabem qual é?

Pois é. Os estudantes de Letras do 1o ano aprendem que toda narrativa tem cinco elementos fundamentais: narrador, enredo, tempo, espaço e personagens. Olhem lá nos nanocontos do Edson, e vejam se eles não são narrativas estruturalmente completas?

É, pessoal: segue o desafio! A pergunta-chave é c... e...p... : Como Escrever Pequenininho?...
Mas nem tão pequenininho assim :)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

QUANDO A VIAGEM É UMA ANTIVIAGEM


ANTI-EVASÃO

Pedirei
Suplicarei
Chorarei



Não vou para Pasárgada



Atirar-me-ei ao chão
e prenderei nas mãos convulsas
ervas e pedras de sangue



Não vou para Pasárgada



Gritarei
Berrarei
Matarei

Não vou para Pasárgada



(Ovídio Martins, poeta caboverdiano. Década de 1950)



sábado, 5 de maio de 2012

VALENTINA, ALONSO, THEO, MICHELE: OUTRAS TERRAS

“...E eram brancos e negros e chineses e sul-americanos e falavam português e alemão e japonês e espanhol mas entendiam-se e abraçavam-se porque a vitória de um era a vitória de todos....” (Valentina)

“...Peixe Podre empurrava ao braço de mar sua canoa: só o mar podia abraçá-lo: peixe podre, pobre peixe. E o mar convidou-o às suas entranhas,”  (Alonso Quijano)

“...ao fim dos dois dias em que descansávamos e comíamos sob árvores esparsas, retomamos a trilha...” (Theo G. Alves)

            
              "Rio. Árvore. Estrada.
              O assobio do vento.” (Michele Pupo)


(Trechos dos microcontos concorrentes. Que continuam...)